Ele quis, Ele escolheu, Ele disse Não na hora certa!

Vai-se o Gênio, fica a Lição...

+Steve Jobs

O FATO

Morre Steve Jobs. O mundo da tecnologia perde um gênio, um visionário, um ser humano especial. Ele tinha tudo para dar errado, mas acreditou nos seus sonhos, ouviu sua voz interior: Ele foi lá... E fez.

Fez a diferença!

Muitos artigos li sobre sua vida e obra, admirei-me diante sua capacidade criativa, sua força para seguir em frente apesar das muitas pedras por seus caminhos, mas a principal lição que apreendi: é possível mudar nosso entorno, basta querer, e ter discernimento para fazer as escolhas certas, mas, sobretudo à valentia para dizer Não ao que estabelecido como senso comum, é.

Ele quis, Ele escolheu, Ele disse Não na hora certa!

Foi-se o Gênio, mas seu exemplo será imortal.

Este artigo poderá parecer um texto de autoajuda, ou de aconselhamento, afirmo, porém,  não é. Pretendo sim, a partir de Steve Jobs analisar alguns fatos ligados ao sistema educacional do Brasil, especialmente o das Universidades.

Os Focos

Steve Jobs declara em discurso na Universidade de Stanford[ vídeo ao final do post], que aquele o momento em que mais se aproximara de uma formatura. Após ingressar na Universidade, consciente do sacrifício financeiro dos Pais, e de que aquele não era o seu caminho, largou o Curso, seguiu seus impulsos e buscou aprender o que de fato lhe dava inquietude e prazer. Na inquietude reside a sede por conhecimentos. Estudou disciplinas eletivas- livre, e buscou as respostas para suas indagações.Procurou alimentar o que a genialidade de seu espírito irrequieto clamava.

Por que falo dessa forma? Respondo: - nossos jovens entram nas Universidades, mas nossas Universidades são incompetentes para entrar neles. Deparamos pelos corredores com Alunos perdidos, sem estimulo, sem norte para seus futuros.

E o que fazemos por Eles? Nada!

Uma grande maioria de Gestores Acadêmicos, falo de Mestres e Doutores, limitam-se a destilar informações vencidas em suas aulas insípidas e pouco atrativas, que desnorteiam os Universitários, quando deveriam provocar o desejo de aprender, estimular a criatividade, a vontade de Ser, contrariando assim todos os princípios de uma Formação Sólida, útil não só para o exigente mercado de trabalho, mas fundamentalmente para a Vida dos Educandos.

Esses Jovens serão Agentes de Transformação no Trabalho e na Vida, ou deveriam. Mas, o que estamos ofertando é insipiência, com absoluta indiferença pelo amanhã de nossos Alunos. Certamente alguns Colegas, se lerem minhas argumentações, serão tomados pela ira, e desejarão atirar pedras nessa Professorinha vocacionada e movida pelo prazer de ensinar, sempre trilhando as vias de mão dupla que regem o processo de ensino-aprendizagem: ensino porque aprendo- aprendo porque ensino.

Algumas Ocorrências chegam a ser criminosas, certas Universidades beiram ao absurdo, com os incipientes Cursos à Distância-rasos, com imposição de conteúdos como Disciplinas Conexas- todavia, sem nexos, ou até mesmo como Extensão Latu Sensu ou Stricto Sensu, em detrimento da liberdade que cada um deve ter de escolher Disciplinas que de fato irão agregar valores múltiplos na formação dos Aprendizes.

Darei um exemplo: inventaram que Empregabilidade é conteúdo macro pedagógico, chegando ao absurdo de oferecer como Curso de Pós Graduação e MBA.

Isto é um crime, é estelionato qualificado!

Ana Merij expertise e pioneira no assunto, reconhecida pela OLA – Organização Latino Americana de Administradores como tal, Headhunter  renomada no eixo Rio de Janeiro- São Paulo  e outros Estados Brasileiros, desenvolveu em 1987 um Programa de Empregabilidade no IARJ [copiado e plagiado por muitos- até por uma renomada Revista] aplicado sob forma de imersão, no qual em 10 horas aulas-somente, consegue preparar Jovens Egressos de Universidades e Profissionais em situação de recolocação, para ingresso ou reingresso no mercado, garantindo aos mesmos a conquista de habilidades [Loveability] que as Empresas buscam nos Candidatos para seus postos de trabalho. Sabem disso, companhias como LSG Schaefer, Rede Sheraton, Hospitais Integrados do Estado do Rio, Operadoras de Saúde - dentre outras, e mais de 3.500 Profissionais, treinados neste Programa. Conversamos sobre esse tema, e Ana Merij concorda comigo: muitas Universidades e Faculdades [em sua maioria Particulares] resolveram transformar o tema Empregabilidade em RUBRICA DE RECEITAS, quando poderiam e deveriam oferecer como treinamento agregado ou tema incluso nas Disciplinas de Orientação Profissional.

Mas a fome de lucros suga a fragilidade dos nossos Jovens e seus temores justificados - pelo monstro do desemprego, levando uma parcela significativa das Universidades Brasileiras, a tirar da Cartola Oportunista -sob anuência do MEC, cursos estapafúrdios- sem qualquer valia, porém de  alto custo, vendendo gato por lebre, sem o mínimo de escrúpulos.

Não estou a fazer apologia contra a formação universitária-séria abominar minha profissão-que amo, mas sim retratando uma realidade acadêmica claudicante,onde a transferência do conhecimento banalizada-oca, e que se alastra cada dia mais Brasil inteiro.

Certo é que raros serão os Steve Jobs, dentre nossos Discentes, mas como Mestres, nossa missão é garantir a cada um deles uma Educação Sustentável, onde os pilares do saber sejam firmes e rigorosamente sólidos. Diferente disso, estaremos maculando não apenas o papel do Professor[ o que seria menos grave] , mas enganado , espoliando , extorquindo nossos Alunos, seus Pais , a Nação. 
Nessa linha de conduta a Academia  entrega ao mercado Formandos  simplesmente, que terão seus Diplomas nas paredes, mas estarão na linha marginal da sociedade produtiva, representando apenas novos números nas estatísticas do desemprego.

Conclusão:

Concluo com uma das falas do Gênio Steve Jobs, desejando que seu exemplo de perseguir incansavelmente a qualidade e a excelência  toquem profundamente os Professores Brasileiros, na esperança de que cada um de nós façamos a diferença na Vida de nossos Alunos, e em nossas Universidades:

 “Se você é um carpinteiro e está fazendo um belo armário de gavetas, você não vai usar um pedaço de compensado na parte de trás porque as pessoas não o enxergarão, pois ele estará virado para a parede. Você sabe que está lá e, então, usará um pedaço de madeira bonito ali. Para você dormir bem à noite, a qualidade deve ser levada até o fim”—  1987

Obrigada por dedicar parte de seu tempo, a leitura deste texto-homenagem e desabafo.

Valentina Latiffa