30 de out. de 2011

Imaginemos o que seria de nós, independente da pirâmide socioeconômica, face à realidade da Saúde no Brasil

A Gestão da Saúde Pública no Brasil é criminosa até no Simulado!
E se fosse Verdade...
Contágio
 Valentina Latiffa

Contágio, filme de Steven Soderbergh ,como o nome elucida, é um thriller que narra uma grande epidemia, ameaça mortal, que mobiliza médicos e cientistas de um Centro de Controle de Doenças, e suas tentativas hercúleas de deter a contaminação em massa, pelo mundo.

Retrata a reação popular e as atitudes de quem teme se infectar. Concomitante, vemos as equipes que trabalham contra o tempo para conter o vírus, e que tenta se aproveitar da epidêmia para ganhar algo com isso.

Contágio, apesar de não ser apocalíptico, estarrece, é forte. Você se sente dentro da trama, sofre com os personagens, sente medo, vive intensamente o pavor que escorre da tela.

Assisti a película com uma Amiga, e confesso saímos da sala quase ao pânico, tomadas por um desejo incontrolável de lavar as mãos, de encontrar o mais rápido possível um litro que fosse de álcool, beirávamos ao TOC, o que aconteceu [li...] até com alguns atores- personagens da trama.

Minha intenção não é apresentar uma leitura do Filme, mas comentar algumas ações resultantes do tema, levado a debate na FIOCRUZ- da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio.

Márcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, após o encontro teve a desfaçatez de afirmar; se tal evento chegasse aqui, o Brasil tem experiência e conhecimento em vigilância e investigação, que faz do país capaz de dar resposta razoável contra qualquer vírus letal. “Temos uma rede nacional de alerta e resposta que, inclusive, é conectada com a sala dos CDC Centers for Disease Control and Prevention [Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos], que aparece no filme, em uma rede internacional. Também temos um programa especializado em investigação de surtos, que é o Epsus, com mais de 100 pesquisadores formados,” disse ele.


Márcio, além de um factoide ambulante, é também alienado, pois se não estamos conseguindo deter doenças- ditas erradicadas como sarampo, tuberculose, dengue e malária, que contabilizam números alarmantes de mortes por todo Pais, que resposta seria esta para enfrentar o suposto vírus?


Creio, só ele sabe, pois os Especialistas de fato, na área de infectologia , negam veementemente o que afirma este louco- incauto.

A saúde pública no Brasil vive seu estado mais critico, nosso sistema cada dia mais caótico; o cidadão pobre mingua pelas ruas, pelas estradas, pelas chalanas ou trilhas, sem conseguir um leito que seja até para morrer em paz.


Morre sem atendimento, morre ou terá graves sequelas depois de vagar por mais 500 quilômetros como a Gestante de gêmeos em Porto Alegre; como o Rapaz que caiu de uma laje e após percorrer oito hospitais públicos-por horas e horas, no RJ, veio a óbito, quando o socorro, ou melhor dito a omissão de socorro, judicialmente  resolvida-tardia.

Imaginemos o que seria de nós, independente da pirâmide socioeconômica, face à realidade da Saúde no Brasil, onde persistem: a falta de leitos, falta de médicos, falta de vacinas, falta de UTIs, faltas de ... faltas de ...frente a uma epidemia de vírus letal?

Felizmente, o tema é ficcional, pois se real, não sobraria ninguém para contar os estragos, menos para enterrar os milhões e milhões de mortos.

Para ilustrar este breve artigo recomendo os Vídeos abaixo;






11 comentários:

  1. Valentina, um artigo sucinto, mas que retrata de forma ímpar o sistema de saúde indigente que temos.
    Parabéns, uma análise comparativa perfeita.
    Rosa Clemente

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  2. Brilhante Valentina!
    Seus artigos merecem destaque . Parabéns!
    Maria Zélia-BH

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  3. Trabalho na FIOCRUZ, e por isso endosso cada palavra deste artigo.
    Neuza Perilo-RJ

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  4. PARABÉNS PELO ARTIGO E PELOS VÍDEOS ESCOLHIDOS.
    UM RETRATO BEM CONSEGUIDO DO CAOS NA SAÚDE.
    Alberto Gomes-RJ

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  5. Pode ser que na realidade tenhamos mesmo que contar os mortos...tamanho o descaso com a saúde no Brasil.
    LR-RJ

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  6. Conheço o Márcio, é um canastrão!Excelente artigo.
    Auréa Lobato-RJ

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  7. Excelente Val...sabia que escreveria sobre,quando me perguntou tudo e tanto, sobre o debate na FIOCRUZ.
    Bjs Marcia-RJ

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  8. Valentina,
    "Márcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, após o encontro teve a desfaçatez de afirmar; se tal evento chegasse aqui, o Brasil tem experiência e conhecimento em vigilância e investigação, que faz do país capaz de dar resposta razoável contra qualquer vírus letal. “Temos uma rede nacional de alerta e resposta que, inclusive, é conectada com a sala dos CDC Centers for Disease Control and Prevention [Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos], que aparece no filme, em uma rede internacional. Também temos um programa especializado em investigação de surtos, que é o Epsus, com mais de 100 pesquisadores formados,” disse ele.
    Que não nos deixemos CONTAGIAR por DELÍRIOS,
    como o que você nos narra.
    Obrigada por denunciar de maneira brilhante,
    Abraços,
    Eliana Crivellari-BH-MG

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  9. Meu mais carinhoso obrigada a todos, pela leitura e comentários.
    Valentina Latiffa

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  10. Professora Valentina, sinto-me orgulhoso por fazer parte de seu grupo de pesquisa, além de brilhante Mestra, seu nacionalismo é ímpar.
    Manifesto aqui minha admiração e respeito, sentimento de todos que tem a honra de estar ao seu lado, tenho certeza!
    Aldo Junqueira-RJ

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  11. Viva Valentina!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Belvedere

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